Acessibilidade: Os Novos e os Velhos “Velhos”
Muito mudou de alguns anos para cá e já estranhamos ao ver na TV alguém de 60 anos sendo chamado de idoso.
Surge assim uma nova geração de “velhos”, muitos moram sozinhos, são independentes, sobretudo nas grandes cidades, têm amplo acesso a saúde, alimentação mais saudável, atividades físicas, um conjunto de fatores que proporcionam a muitos boa qualidade de vida.
Chega então o momento de refletirmos sobre nosso papel e como interagir com os nossos novos velhos dentro dos condomínios, e a necessidade de se redefinir o conceito de acessibilidade, onde hoje pensamos em rampas, banheiros adaptados e elevadores.
A visão atual de acessibilidade dá a nítida conotação de simples acesso, ou seja, o meio, como chegar ao seu destino. Mas será que basta chegar ao destino? O que o espera no destino? Basta chegar?
Acredito que não e estamos aprendendo a lidar com essa nova geração de idosos, onde já não é suficiente garantir o acesso, muito menos a simples organização de eventos sedentários, como bingos, jogos de cartas ou a busca por cuidadores. Essa nova geração a qual nos referimos aqui é formada por sua maioria de pessoas extremamente ativas, física e intelectualmente, que desejam e precisam manter corpo e mente produtivas.
Conformidade
O seu condomínio segue as determinações legais de acessibilidade? Garante o amplo acesso por idosos, portadores de deficiências e mobilidade reduzida?
Não? Precisaremos voltar às bases e isso será tema de outro artigo mais fundamental.
Se sim, ótimo, mas no que se refere a qualidade de vida dos condôminos, a academia e sala de ginástica por exemplo, é acessível aos idosos, com profissionais e equipamentos adequados?
Acessibilidade e Sustentabilidade
Saúde e bem estar estão diretamente ligados a sustentabilidade, que pouco tem a ver com a ideia que nos vendem de simplesmente separar material reciclável e economizar água.
Sustentabilidade é o equilíbrio para a garantia de nossa sobrevivência e para as próximas gerações, e não basta sobreviver, temos que viver bem e plenamente, aproveitando os recursos que temos, de forma consciente e sobretudo, com saúde.
Reflexão
Vamos parar e pensar um pouco mais em como podemos ajudar os nossos “idosos” a alcançar a sua plenitude, com qualidade de vida, socialização e segurança?
Sou um grande incentivador de comissões de moradores e aqui provoco a todos os condôminos para que se mobilizem, a todos os síndicos e gestores que apoiem e se organizem para, em conjunto, discutirem ideias e propostas para a melhoria da qualidade de vida dos mais velhos, pois como iniciamos esse artigo, não basta chegar ao fim do arco-íris se não houver pote de ouro.
Foi sugerida a academia como uma das possibilidades de envolvimento, socialização e promoção de bem estar e qualidade de vida, porém existem outras formas, segue uma lista de atividades que podem ser desenvolvidas e discutidas nas comissões formadas:
Horta e jardinagem, ginástica, atividades na piscina, caminhadas, clube de leitura, palestras de segurança em casa, aulas de informática e muito mais.
Comissões de Moradores
As comissões não sugerem que haja ampla adesão de moradores e nem que sejam todos do mesmo condomínio, uma ou duas pessoas são suficientes para iniciar revoluções, lembre-se: O exemplo não é a melhor forma de se convencer alguém a mudar, é a única.
Vamos realizar e fazer a diferença onde estamos e com o que temos em mãos, esperar as condições ideais é o mesmo que procrastinar algo que podemos atingir hoje, e então evoluir gradualmente para o almejado ideal.
Ficam as perguntas…
Um dia seremos nós os novos velhos, como queremos chegar lá?
Está pronto para a mudança? Está pronto para mudar hoje?
Renato Munhoz
21-99432-2321